Enquanto o Universo Cinematográfico Marvel (MCU) se aproxima de sua próxima grande saga de equipes com Vingadores: Doomsday e Vingadores: Secret Wars, a expectativa dos fãs está, primeiramente, na aguardada chegada do Quarteto Fantástico. A introdução da Primeira Família da Marvel em Fantastic Four: First Steps promete apresentar o nascimento de Franklin Richards, o filho igualmente fantástico de Reed e Sue. No entanto, a mera existência de Franklin já levanta uma questão crucial que desafia o futuro da franquia.
Diante do poder quase ilimitado que Franklin Richards no MCU possui nas histórias em quadrinhos, como a Marvel Studios conseguirá conciliar suas habilidades quase onipotentes com os níveis de poder estabelecidos e as necessidades narrativas do MCU. Franklin Richards está longe de ser uma criança comum. Nos quadrinhos, ele é reconhecido como um mutante de nível Ômega, possuindo capacidades de manipulação da realidade que lhe permitem controlar matéria e energia em escala cósmica.
Ele pode criar universos de bolso, projetar energia psíquica e até mesmo ressuscitar formas de vida. Seus poderes são tão avassaladores que, em certos momentos, ele foi considerado um dos personagens mais poderosos de todo o Multiverso Marvel, capaz de moldar a própria existência. A perspectiva de um personagem tão imbatível, potencialmente ainda uma criança pequena no momento em que Vingadores: Doomsday (18 de dezembro de 2026) e Vingadores: Secret Wars (17 de dezembro de 2027) se desenrolarem, apresenta um problema narrativo singular.
Se Franklin Richards no MCU mantiver mesmo uma fração de sua força dos quadrinhos, ele poderia resolver sozinho praticamente qualquer ameaça que, de outra forma, exigiria a força combinada de cada Vingador e super-herói do universo. Isso levanta a forte possibilidade de que a Marvel precise limitar significativamente os poderes de Franklin. A inclusão de um personagem com habilidades divinas, mesmo jovem, impacta diretamente as apostas de qualquer grande evento de crossover.
Se Franklin Richards puder simplesmente desejar que ameaças como as esperadas em Doomsday ou Secret Wars desapareçam, a tensão e o perigo necessários para criar uma história envolvente com altas apostas seriam quase impossíveis. O peso do sacrifício heroico, a luta contra adversidades esmagadoras e os esforços colaborativos de múltiplos heróis perderiam significado se uma criança pudesse reescrever a realidade à vontade. O MCU construiu meticulosamente um universo onde o poder, embora significativo, ainda opera dentro de certos limites compreensíveis.
Introduzir um personagem que desafia esses limites sem contextualização ou limitação adequadas poderia minar a dinâmica cuidadosamente construída de seu universo expansivo. A única maneira de preservar a tensão dramática dos próximos filmes dos Vingadores parece ser alguma forma de modificação dos poderes de Franklin Richards no MCU. Isso não significa que a importância de Franklin seria diminuída por completo.
Sua própria existência como uma criança com um poder latente e fantástico poderia ser uma força motriz para o conflito ou um alvo para vilões que buscam explorar suas habilidades, ou mesmo manifestar-se de forma imprevisível, exigindo grande foco ou sendo acessível apenas em circunstâncias raras. Para que Franklin Richards seja um personagem plenamente desenvolvido, e não apenas um artifício de enredo, ele deve enfrentar desafios e experimentar crescimento. Permitir que ele tenha todos os seus poderes ilimitados dos quadrinhos desde o início deixaria pouco espaço para desenvolvimento ou vulnerabilidade, ambos componentes críticos da jornada de qualquer herói.
Ao estabelecer limitações – sejam elas físicas, mentais ou externas – a Marvel pode criar um arco mais envolvente para o personagem à medida que ele amadurece e, potencialmente, aprende a controlar seus dons extraordinários com a orientação de seus pais. Essa abordagem permitiria futuras histórias onde os poderes de Franklin Richards no MCU possam crescer, espelhando seu desenvolvimento pessoal, e garante que ele não ofusque os heróis estabelecidos que sustentam a franquia há anos. A possibilidade de limitar os poderes de Franklin não é necessariamente uma escolha ruim ou desrespeito ao material-fonte.
Pelo contrário, ela apresenta uma oportunidade de explorar as complexidades de suas habilidades, os fardos que elas impõem a ele e sua família, e os dilemas morais que acompanham tais capacidades. O papel do Quarteto Fantástico em guiar e proteger Franklin poderia se tornar central para sua história, tornando-o um personagem mais rico e integrado ao vasto universo Marvel.