F1: Em Busca da Vitória: Um Filme de 300 Milhões com Falhas na Pista
Ação Decepcionante!
Após o estrondoso sucesso de Top Gun: Maverick, Joseph Kosinski se juntou à Fórmula 1 para entregar F1: Em Busca da Vitória. A expectativa era alta, considerando o talento do diretor em cenas de ação de tirar o fôlego. Mas será que a combinação de adrenalina e automobilismo resultou em uma obra-prima? Para os fãs da F1, a resposta pode ser um sonoro “não”.
Realidade Distorcida?
O filme tenta justificar suas liberdades com a realidade da F1, mas acaba cometendo erros gritantes. A ausência de Brad Pitt, interpretando o piloto Sonny Hayes, nas etapas de classificação e treino, o colocando diretamente na corrida, é apenas o começo. Há momentos em que Hayes comete infrações tão absurdas – como batidas propositais e manobras antidesportivas – que resultariam em desclassificação imediata e até mesmo banimento do esporte. Essa falta de respeito às regras e à própria essência da Fórmula 1 é um dos maiores pontos negativos do longa. A trama se torna, então, uma caricatura do automobilismo, mais próxima de um jogo de futebol americano do que de uma corrida de F1.
Roteiro Batido e Comercial?
Se você não acompanha a Fórmula 1, talvez não se importe com essas imprecisões. Mas sendo um filme “oficial”, F1: Em Busca da Vitória deveria ter se esforçado mais para representar fielmente o esporte. A narrativa, centrada em um piloto veterano em busca de redenção, é previsível e pouco original, lembrando muito o clichê de “vingança na pista”. Rush, sobre a rivalidade entre James Hunt e Niki Lauda, continua sendo uma referência infinitamente superior em termos de roteiro e impacto emocional. A produção se assemelha mais a um comercial de 150 minutos do que a um filme que celebra a grandeza da Fórmula 1.
Tecnologia Impressionante, História Decepcionante.
Do ponto de vista técnico, F1: Em Busca da Vitória impressiona. A direção de fotografia é inovadora, com ângulos e sequências de tirar o fôlego. As câmeras em movimento capturam a velocidade e a emoção das corridas com maestria. Os fãs da F1 encontrarão diversas referências e participações especiais, embora alguns pilotos tenham mantido uma certa distância do projeto. A atuação de Guenther Steiner, porém, rouba a cena. Ainda assim, a inovação técnica não consegue compensar o roteiro fraco e previsível. A edição também deixa a desejar, com algumas inconsistências que quebram a imersão do espectador.
Elenco Desequilibrado?
Brad Pitt, protagonista da trama, entrega uma atuação regular, sem brilhar. Damson Idris acompanha o ritmo do veterano, mas ainda não se mostra pronto para papéis de grande peso como um possível “Pantera Negra”. Javier Bardem parece estar ali apenas para receber o cachê, e Kerry Condon, como diretora técnica, é relegada ao papel de interesse romântico, desperdiçando seu talento em um estereótipo. O restante do elenco segue os clichês sem criar personagens memoráveis.
Conclusão: Vale a Pena Assistir?
F1: Em Busca da Vitória tem potencial para ser um bom filme de verão, mas sua qualidade se limita ao público que não acompanha o esporte. Há momentos de tensão e emoção, mas a previsibilidade da trama e os erros em relação à Fórmula 1 o tornam um produto descartável. O filme se resume, mais uma vez, a um projeto de vaidade com uma história previsível e uma construção de personagens pouco inspirada. Se você é fã da Fórmula 1, assista ao GP da Áustria ao invés disso – você não irá se decepcionar. [⭐]
