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Desvende Sanctuary: A Subestimada Joia da Ficção Científica que Redefiniu Gêneros

05 de julho de 2025

Desvende Sanctuary: A Subestimada Joia da Ficção Científica que Redefiniu Gêneros

Muitos espectadores concordariam que existem dezenas de séries de televisão subestimadas por aí. É natural que queiramos proclamar nossa favorita como uma joia escondida, buscando compartilhá-la com um público ainda maior. Essa é precisamente a situação de Sanctuary, uma série altamente subestimada que foi ao ar de 2008 a 2011.

De certa forma, este programa tinha um pouco de tudo: embora fosse essencialmente uma fantasia científica, ele habilmente brincava com a mitologia vitoriana, criptídeos e até mesmo temas cyberpunk, criando uma aventura memorável, mas infelizmente negligenciada. Criada por Damian Kindler, Sanctuary foi uma produção canadense que contou com muitos nomes familiares, especialmente para os fãs de Stargate. Amanda Tapping, estrela da aclamada franquia espacial, assumiu o papel principal como Dra.

Helen Magnus. A Dra. Magnus é a proprietária e diretora do Santuário, um refúgio seguro para os Anormais – criaturas místicas, criptídeos e seres singulares que necessitam de proteção.

Juntaram-se a ela nessa jornada rostos conhecidos como Robin Dunne, Emilie Ullerup, Christopher Heyerdahl, Ryan Robbins, Agam Darshi e muitos outros, prometendo um potencial que, curiosamente, não se concretizou plenamente.

A trajetória de Sanctuary começou como uma série para a web, mas o canal Syfy rapidamente percebeu seu potencial, dando luz verde para uma produção em maior escala. O primeiro episódio, que foi ao ar em 3 de outubro, teve um desempenho notável, atraindo cerca de 3 milhões de espectadores. No entanto, à medida que a quarta temporada se desenrolava, o interesse da audiência começou a declinar, culminando no anúncio de seu cancelamento pela Syfy logo em seguida, deixando muitos fãs com um gosto amargo.

No cerne da trama de Sanctuary está a Dra. Helen Magnus e sua notável instalação. A Dra.

Magnus é uma teratologista de 157 anos – um termo elegante para quem se especializa no estudo de anomalias e criaturas incomuns. Seu objetivo primordial é a proteção desses Anormais, e foi assim que ela recrutou o Dr. Will Zimmerman (interpretado por Robin Dunne).

Como psiquiatra forense com uma formação um tanto quanto peculiar, Will se mostra o parceiro ideal para ajudar no tratamento e cuidado dos Anormais sob a tutela da Dra. Magnus, formando uma dupla dinâmica e cativante. Para aqueles que talvez não se lembrem, Amanda Tapping é amplamente conhecida por seu papel como Samantha Carter na franquia Stargate, aparecendo em *Stargate SG-1*, *Stargate Atlantis* e *Stargate Universe*.

Ela inclusive deixou seu papel em *Stargate Atlantis* para assumir a liderança em Sanctuary. Curiosamente, ela não foi a única atriz a fazer essa transição entre as franquias. Christopher Heyerdahl, que interpretou tanto Halling quanto Todd, o Wraith em *Stargate Atlantis*, também veio para Sanctuary para dar vida a dois personagens distintos: o paciente, guarda-costas e assistente da Dra.

Magnus, Pé-Grande, e o personagem recorrente John Druitt. Embora Robin Dunne não tenha vindo de Stargate, muitos fãs acreditam que seu personagem foi fortemente inspirado em Daniel Jackson de *SG-1*, um aceno que alguns amarão, enquanto outros talvez só queiram revisitar a série original. Em sua essência, Sanctuary é predominantemente uma série de ficção científica, mas que abraça plenamente seus elementos de fantasia.

Graças à longa história da Dra. Helen, muitos temas vitorianos e góticos se entrelaçam pela série, incluindo abordagens fictícias de figuras históricas como Jack, o Estripador. Isso nos leva a outras influências notáveis, como Nikola Tesla (Jonathan Young), que neste universo se tornou um vampiro.

É uma mistura estranha e, admitidamente, suficiente para fazer qualquer historiador se contorcer, mas Tesla permanece uma força motriz por trás da tecnologia deste mundo, que oscila entre a natureza *steampunk* e algo que beira o *cyberpunk*, incorporando temas clássicos como transumanismo, uso ético da tecnologia e identidade em um mundo em constante mudança. Embora existam algumas tramas e temas abrangentes na série, muitos episódios de Sanctuary se desenrolavam mais como um drama processual. Não era exatamente um formato de ‘monstro/crime da semana’, mas chegava perto.

Frequentemente, a série explorava conceitos mais sutis, como os que envolvem controle, identidade, evolução e a natureza humana, repetidamente fazendo perguntas difíceis sobre o que significa ser humano e como a sociedade deve tratar aqueles que são diferentes. Sanctuary chegou ao fim em 2011 e tem, lentamente, desaparecido com o tempo. Embora possa não ser o ‘tipo de chá’ de todos, foi inovadora na história que tentou contar, combinando diversos temas e elementos para criar algo novo e compelindo, resultando em uma aventura surpreendentemente guiada pelos personagens.

Para quem quiser se aventurar, Sanctuary está disponível para streaming gratuito em plataformas como Tubi, Pluto TV e Roku Channel.

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