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A História Não Contada: Doutora Mulher Doctor Who Quase Aconteceu Décadas Antes de Jodie Whittaker

13 de julho de 2025

A História Não Contada: Doutora Mulher Doctor Who Quase Aconteceu Décadas Antes de Jodie Whittaker

Em 2017, Jodie Whittaker marcou a história ao se tornar a primeira atriz a interpretar a Senhora do Tempo titular em Doctor Who. Sua chegada foi um marco aguardado e celebrou uma nova era para a longeva série da BBC. No entanto, o que muitos fãs talvez não saibam é que essa inovação quase aconteceu muito antes.

Ao longo das décadas, diversas mulheres de renome estiveram sob consideração para assumir o manto do Doutor, revelando que a ideia de uma Doutora Mulher Doctor Who não era tão recente quanto se imaginava, mas sim um conceito que permeava as discussões dos produtores por mais de três décadas antes de Whittaker finalmente quebrar essa barreira na tela. A possibilidade de uma Doutora Mulher Doctor Who se tornou uma realidade palpável em 1986, após a tumultuada era de Colin Baker como o Sexto Doutor. Buscando revitalizar a série, o então controlador da BBC, Michael Grade, procurou o co-criador de Doctor Who, Sydney Newman, para sugestões.

A proposta inovadora de Newman era trazer de volta o ator do Segundo Doutor, Patrick Troughton, para uma temporada de transição, que seria então substituído por uma atriz no papel principal. Nomes como Joanna Lumley, Dawn French e Frances de la Tour foram cogitados por Newman, atrizes que poderiam ter injetado uma nova energia e humor ao papel, mas a ideia não agradou ao Chefe de Drama da época, Jonathan Powell. Apesar da sugestão ousada, a busca pelo Sétimo Doutor acabou se restringindo a três atores masculinos: Ken Campbell, Chris Jury e Sylvester McCoy, que finalmente assumiu o papel.

Embora Joanna Lumley, Dawn French e Frances de la Tour tivessem o potencial de trazer uma leveza e uma veia cômica únicas para o Doutor, esta não era a direção que a produção e o público da época pareciam desejar. A escolha de McCoy, que começou com um tom mais humorístico mas rapidamente evoluiu para uma interpretação sombria, séria e manipuladora, ironicamente pode ter contribuído para o breve cancelamento de Doctor Who em 1989, adiando ainda mais a chegada de uma Doutora Mulher Doctor Who em um papel principal. Após o cancelamento de 1989 e uma tentativa falha de reviver a série em 1996, Russell T.

Davies conseguiu trazer Doctor Who de volta com sucesso em 2005, estrelando Christopher Eccleston como o Nono Doutor. Contudo, Eccleston também não foi a única opção. Nomes como Hugh Grant e Martin Clunes estavam na disputa, e, mais uma vez, a ideia de uma Doutora Mulher Doctor Who ressurgiu.

A produtora de Doctor Who, Jane Tranter, foi uma forte defensora da ideia, chegando a sugerir a lendária atriz britânica Dame Judi Dench para o papel. Embora Dench pudesse ter trazido um imenso poder estelar e uma nova dimensão ao personagem, a oportunidade de ter uma mulher liderando a série foi novamente perdida. Mesmo após o sucesso de Christopher Eccleston e a popularidade explosiva de David Tennant, a discussão sobre uma Doutora Mulher Doctor Who persistiu.

Durante a seleção para o Décimo Primeiro Doutor, após a saída de Tennant, a aclamada atriz galesa Catherine Zeta-Jones foi considerada antes que Matt Smith assumisse o papel. De forma similar, antes de Jodie Whittaker ser anunciada como a Décima Terceira Doutora, ícones como Phoebe Waller-Bridge (de *Fleabag*) e a estrela de Hollywood Tilda Swinton também estavam entre os nomes cogitados. A série consistentemente se viu à beira de ter uma protagonista feminina, mas repetidamente perdeu a chance, até 2017.

Felizmente, o cenário para a Doutora Mulher Doctor Who mudou drasticamente. Embora Jodie Whittaker tenha sido a primeira a liderar a série na tela, ela não está mais sozinha. Durante sua própria gestão, Jo Martin surpreendeu os fãs em 2020 no episódio “Fugitive of the Judoon” como Ruth Clayton, que se revelou ser a misteriosa Doutora Fugitiva — uma encarnação anterior a William Hartnell, o Primeiro Doutor.

Mais recentemente, a ideia de múltiplas Doutoras femininas ganhou ainda mais força. No final de “The Reality War” (2025), o Décimo Quinto Doutor de Ncuti Gatwa se regenerou em ninguém menos que Billie Piper, conhecida por seu papel como a popular companheira Rose Tyler. Curiosamente, Piper também havia sido considerada para o Décimo Primeiro Doutor ao lado de Zeta-Jones, e agora sua chegada como Doutora parece ter se concretizado, consolidando a presença feminina na linha sucessória do Time Lord.

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