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10 de julho de 2025

A Fase 5 da Marvel no Disney+: Um Sucesso Ameaçado?

A era de ouro das séries Marvel no Disney+ começou com WandaVision (2021). A produção, que conquistou 92% de aprovação no Rotten Tomatoes, representou uma aposta ousada: séries longas e conectadas aos filmes, dando destaque a personagens que ainda não tinham protagonizado seus próprios longas, como Wanda. O sucesso inicial gerou expectativas elevadas para os projetos subsequentes.

Is It Too Late to Solve Marvel's Disney Plus Problem?
Is It Too Late to Solve Marvel’s Disney Plus Problem?

Loki (2021), também aclamado pela crítica e pelo público, seguiu a trilha vitoriosa, apresentando novos personagens e conceitos ao Universo Cinematográfico Marvel (UCM) com cenários deslumbrantes e direção impecável. Parecia o começo de uma era de ouro.

A Inundação de Conteúdo e a Mudança de Rumos

A chegada de Bob Chapek à presidência da Disney, em meio à pandemia de COVID-19, intensificou a estratégia de produção de conteúdo para o Disney+. A integração com o Hulu e o anúncio de diversas séries de super-heróis visavam alimentar a plataforma recém-lançada, que precisava de conteúdo original após o sucesso de The Mandalorian. A ideia era simples: oferecer mais do que o público já gostava, replicando o sucesso dos filmes da Marvel em formato de séries.

No entanto, uma tendência preocupante se estabeleceu. Falcão e o Soldado Invernal (2021), por exemplo, teve audiência muito inferior a WandaVision. Séries seguintes, apesar de contarem com elenco de estrelas como Oscar Isaac e Ethan Hawke (Moon Knight), apresentaram personagens menos conhecidos do grande público, como Moon Knight, Ms. Marvel, She-Hulk, Werewolf by Night, Agatha Harkness, Echo e Ironheart. Lançar personagens de segundo ou terceiro escalão para um público amplo se mostrou um desafio maior do que a estratégia previa.

O Problema da Conectividade e a Perda do Público Geral

Embora algumas séries, como Moon Knight, Hawkeye e a segunda temporada de Loki, tenham se destacado, muitas não conseguiram alcançar o mesmo impacto. O problema reside na estratégia de produção. Os filmes da Marvel atraíam um público vasto e diversificado, mas o mesmo não se aplicava às séries. O simples logotipo da Marvel Studios não garantia que um público mais amplo assistiria a Echo ou Invasão Secreta.

O Disney+, por sua vez, nunca alcançou a penetração cultural da Netflix, onde a grande maioria dos lares americanos possuíam uma assinatura e a utilizavam regularmente. Isso explica, em parte, o sucesso de séries como Demolidor e Jessica Jones na Netflix. O retorno do Demolidor ao Disney+, com classificação indicativa TV-MA, destaca-se negativamente no catálogo infantil da plataforma, mesmo considerando o conteúdo do Hulu. Mesmo com a força da marca Disney, Demolidor: Nascido de Novo não atingiu as expectativas de audiência e de qualidade.

A Equação: Quantidade x Qualidade

O problema da Marvel no Disney+ se resume a uma estratégia de “quantidade sobre qualidade”, que a empresa busca corrigir. Lançar séries como pré-requisito para entender os filmes, como ocorreu em Capitã Marvel 2 (2023), também se mostrou um erro. A estratégia de introduzir personagens pouco conhecidos nas séries e usá-los nos filmes dificultou a compreensão e o engajamento do público.

O Futuro do UCM na Tela Pequena

Apesar do reconhecimento dos erros, a Marvel parece comprometida em concluir as séries já iniciadas. Ironheart teve recepção morna, Demolidor: Nascido de Novo, apesar de criticada, terá uma segunda temporada. Personagens e tramas de séries como Agatha: Coven of Chaos, Echo e She-Hulk permanecem sem resolução, gerando incertezas sobre o futuro do UCM. Com Wonder Man à vista, resta esperar que Bob Iger consiga reorientar a estratégia, valorizando os filmes e utilizando as séries com mais parcimônia. A boa vontade do público está se esgotando, e a responsabilidade por essa fase mista do UCM pode recair sobre Kevin Feige.

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